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Saiba mais sobre a pneumonia na criança

Atualizado: 25 de jan. de 2024

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A pneumonia é definida como uma doença do trato respiratório inferior causada por algum agente infeccioso, que gera inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões.

A pneumonia adquirida na comunidade se refere a que ocorre em crianças que não foram hospitalizadas no último mês.

É a causa mais comum de morbidade e mortalidade em menores de 5 anos de idade em todo o mundo. Cerca de 19% de todas as mortes nessa faixa etária são devido à pneumonia.

A variedade de agentes causadores é bem ampla e cada faixa etária tem seus principais agentes, sendo os vírus e as bactérias os principais. Os vírus são responsáveis por mais de 80% dos casos em menores de 2 anos e até 50% dos casos entre 1 e 5 anos.


O quadro clínico pode ser variado e inespecífico. Classicamente temos febre de início agudo, tosse, taquipneia (aumento da frequência respiratória) ou desconforto respiratório.

Os principais objetivos do pediatra são: identificar qual a síndrome clínica (por exempli, diferenciar uma pneumonia de uma asma), tentar identificar o agente causador e avaliar gravidade do paciente (se há necessidade de internação hospitalar).

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Ao exame físico, iremos primeiro avaliar o estado geral da criança. Criança abatida e prostrada fala mais a favor de pneumonia bacteriana. Deve-se ter atenção, pois a febre pode ser o único sinal de pneumonia oculta em crianças pequenas com febre alta e prolongada.

A alteração da frequência respiratória, ou seja, quantas vezes por minuto a criança respira, não é um critério diagnostico da pneumonia, mas a sua presença pode ser sugestiva.

Dificuldade respiratória inclui respiração rápida, baixa saturação, aumento do esforço respiratório e pausas respiratórias (apneia). A queda da saturação é um sinal de doença grave e indicação de internação.

Dor abdominal ou rigidez de nuca podem estar presentes e dependem do lobo pulmonar afetado.

A ausculta pulmonar é fundamental para identificar alterações. Por isso, a avaliação da criança deve ser criteriosa para não deixar passar nada.

Os exames complementares não devem ser feitos de rotina e, quando necessários, deve-se dar preferência aos exames não invasivos. Eles se aplicam bem para pacientes internados, com pneumonia grave.

A radiografia de tórax pode levar a resultados falso-positivos e levar ao uso desnecessário de antibióticos. Também não é feito de rotina, apenas nos casos graves e arrastados. Esse exame também não tem precisão para definir o agente causador da pneumonia.

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É importante considerar que algumas situações podem simular pneumonias em crianças: condições anatômicas, aspiração de conteúdo gástrico (refluxo gastroesofágico, fenda palatina, doenças pulmonares crônicas como asma, fibrose cística), outros. Por isso, é importante avaliação criteriosa do seu pediatra ou pneumopediatra de confiança.

 

O tratamento pode ser feito em casa ou internado, a depender das condições do paciente.


Quando devemos internar?

  • Paciente menor de 2 meses

  • Queda da saturação com necessidade de suporte de oxigênio

  • Desidratação ou incapacidade de se alimentar e ingerir líquidos

  • Desconforto respiratório moderado a grave

  • Dificuldade para respirar

  • Aparência tóxica, ou seja, apatia considerável e prostração

  • Presença de outras doenças associadas

  • Complicações da pneumonia com derrame pleural ("líquido no pulmão") entre outras

  • Falha terapêutica oral: paciente que não melhora ou piora mesmo usando o tomando o antibiótico


Alguns fatores de risco associam-se a quadros mais graves: desnutrição, doenças associadas, paciente recém nascido, baixas condições socioeconômicas, condições de higiene e sanitárias precárias, baixa cobertura vacinal, desmame precoce.

Para o tratamento feito em casa, pensando-se em pneumonia causada por bactéria, é utilizado antibiótico via oral, por 7 a 10 dias. Já o tratamento hospitalar para pacientes mais graves, que não aceitam líquidos, ou apresentam vômitos, deve ser feito através de antibiótico injetável com tempo de tratamento que vai depender da evolução da criança.


Após a alta, o paciente deve realizar seguimento no ambulatório. É importante ressaltar que as alterações da pneumonia podem persistir por algum tempo, sem que isso esteja relacionado a algum sinal de doença ainda presente. Nos quadros de pneumonia viral, a tosse pode persistir por até 3 a 4 meses; já a bacteriana pode persistir por várias semanas com falta de ar por 2 a 3 semanas. Não é necessário repetir o raiox antes da alta, sendo indicado apenas em caso de pneumonia recorrente, sintomas persistentes, suspeita de aspiração de corpo estranho ou alterações radiológicas mais graves. Mesmo assim, deve esperar cerca de 4 a 6 semanas após a alta hospitalar para realizar a nova radiografia.


Gostou do conteúdo? Não esqueça de acompanhar com seu médico e tirar todas as suas dúvidas.

 

 
 
 

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